Por: Diego Oliveira
Simões Filho, 27 de Junho de 2018

Foto: reprodução internet

A doença silenciosa e brutal é a maior protagonista em casos suicídios em todo mundo. Acontece em qualquer fase da vida e em diferentes estágios.

Considerada o mal do Século pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é uma doença silenciosa que acompanha a população mundial ao longo dos tempos. O distúrbio tem sua fase inicial com uma grande sensação de tristeza, pessimismo, falta de energia constante e oscilações de humor podendo acontecer em qualquer fase da vida humana e em diferentes estágios.

Pessoas com depressão sentem alta dificuldade em realizar atividades diárias e não sentem nenhum prazer ou gozo na vida. Fadiga, aumento ou diminuição de peso, comportamento solitário e insônia são uns dos sintomas mais comuns nesta doença.

Nos estágios mais graves da doença, pode levar a morte por meio de suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

Não se têm cientificamente comprovadas as causas que levam um indivíduo a um quadro depressivo. Porém, diversos fatores são envolvidos para a progressão da doença: Fator genético e hereditário, uso álcool e drogas, portadores de doenças crônicas (diabetes, doenças cardíacas, hipotireoidismo, AIDS, cirrose e entre outras), Traumas na infância, uma má alimentação e fatores cerebrais diversos.

Tipos de Depressão

TRANSTORNO DEPRESSIVO GRAVE

Esse tipo de depressão impede que o paciente tenha uma vida ativa e normal, pois o impossibilita de trabalhar, estudar e até fazer as tarefas mais rotineiras, como comer e dormir. É natural que pessoas que sofram com esse tipo de depressão se isolem do restante do mundo, começando pela própria família, amigos e os pacientes que apresentam esse caso podem acabar convivendo com ele por toda a vida.

TRANSTORNO DISTÍMICO

É um tipo de depressão menos grave, falta de vontade de fazer qualquer atividade, mesmo as que antes eram prazerosas.

Apesar de deixar a pessoa para baixo e sem interesse pelas atividades, o transtorno distímico não impede que o paciente trabalhe ou tenha uma vida social. Mas, apesar de continuar inserido na sociedade, esse paciente poderá não ter uma vida “normal”, já que mesmo trabalhando e estudando, sofrerá com o desânimo e os outros sintomas da depressão, porém com menos intensidade.

DEPRESSÃO PÓS-PARTO

Como o próprio nome já diz, esse tipo de depressão acontece principalmente com mulheres que acabaram de dar a luz, seja qual for o tipo de parto que ela tenha passado. Os principais sintomas é irritação, tristeza e até mesmo rejeição ao seu próprio bebê.

DEPRESSÃO REATIVA

Há pessoas que sofrem uma perda irreparável e acabam se afundando na depressão. Essa perda pode ser de um familiar, um amigo ou até mesmo algo material como uma casa ou o emprego.

Nesses casos a dor da perda toma conta, impedindo que a pessoa a supere. Como consequência ela acaba se isolando, transformando-se em uma pessoa introvertida, insegura e triste.

Suicídio

No decorrer de uma depressão podem surgir tendências suicidas e não são raros os doentes que cedem a esse impulso. De acordo com a OMS 15 a cada 100 pessoas com a doença decidem pôr fim a própria vida. E é a doença que mais causa suicídio em todo mundo.

Nesses casos mais extremos, em que ocorrem tentativas de suicídios ou, até mesmo o suicídio, a pessoa diagnosticada não necessariamente deseja pôr fim a própria vida, mas pedir desesperadamente por socorro.

Identificar os sintomas da depressão no seu estágio inicial e procurar ajuda especializada é fundamental para que a doença não chegue a um estágio tão avançado a ponto do indivíduo buscar desfechos drásticos como o suicídio.

Famosos

No mundo dos astros do cinema, teledramaturgia, da música e grandes personalidades, aonde não faltam grana, estrelismo e luxo a depressão já fez algumas vítimas. Sejam elas fatais causando suicídio ou debilitando de forma devastadora com estágios críticos da doença.

Por trás das câmeras e dos holofotes há uma vida pessoal, um íntimo de cada um. Mas às vezes o pessoal dessas estrelas não corresponde a todo status da fama. Eles também passam por conflitos internos.

Entre eles Robin Williams (ator), Michael Jackson (cantor), Jim Carrey (Ator/Comediante), O diretor Woody Allen, Santos Dumont (Inventor), Kurt Cobain (Cantor/Líder da banda Nirvana).



Dr. Cleber Santana Psquiatra 

Tratamento

Em entrevista concedida pelo Psiquiatra que atende em uma clínica especializada em transtornos mentais de Salvador, Cléber Santana especialista em transtornos de humor e dependência química, foram abordados temas específicos sobre a doença com ênfase em seu tratamento:

Diego Oliveira – Como é feito o diagnóstico da depressão?

Dr. Cléber Santana – “Em geral, o individuo com depressão apresenta algumas alterações diferentes do habitual. Tristeza profunda, desinteresse nas atividades diárias e em coisas que sempre era motivo de prazer, alterações do sono e do apetite, pensamentos negativos, desesperança, desamparo. Isso sempre com uma variação diferente e quase sempre acompanhada de um transtorno de ansiedade. Com a investigação baseado nos sintomas e queixas do paciente já é possível um diagnóstico da doença”.

Diego Oliveira – Qual o tipo de tratamento?

Dr. Cléber Santana – “Na maioria dos casos, fazemos uma combinação de um Antidepressivo para elevar a serotonina do cérebro do depressivo, junto a um Ansiolítico (este segundo em caso de também problemas com ansiedade), aliando ao tratamento psicoterápico que auxilia a aumentar os níveis de autoestima do paciente. E gradativamente com o uso correto dos medicamentos e apoio psicológico terá êxito no tratamento”.

Diego Oliveira – Quais os principais efeitos colaterais desses medicamentos?

Dr. Cléber Santana – “Existem vários grupos de antidepressivos. Alguns provocam boca seca, intestino preso, outros, tremores. Os mais recentes, os chamados antidepressivos de nova geração, podem ocasionar ansiedade, tremores, inquietação, náuseas e até vômitos. No entanto, isso acontece com pequena parcela das pessoas que tomam essa medicação. Sempre oriento os meus pacientes a fazer uma maior ingestão de líquidos para manter o corpo sempre hidratado”.

Diego Oliveira – Qual o tempo de tratamento? 

Dr. Cléber Santana – “Varia muito. Alguns reagem muito bem ao tratamento com resultados satisfatórios em poucos meses. Outros indivíduos acabam levando mais tempo, podendo durar alguns anos. Isso depende também de como é seguido o que lhe é indicado. Quanto mais tratado antes, melhor e mais fácil é o seu tratamento”.

Fontes:

(OMS) Organização Mundial de saúde 

(OPAS) Organização Pan-Americana de Saúde



Dr. Cléber Santana (Psiquiatra)

Poste um comentário