Por: Ailton Silvaiguerra
José Rodrigues Ferreira, Azaza. É impossível falar da cultura simoesfilhense sem falar dele, afinal são mais de 40 anos com a missão que envolve uma devoção e dedicação à arte, em especial ao teatro. Sua Companhia de Teatro Dandhara já emocionou muita gente, que assistiu ou participou do elenco em algum espetáculo, afinal em tantas décadas, quantas pessoas boas já passaram.
(Fiz essa introdução, pois eu sou um desses. Em 1985 assisti pela primeira vez, uma peça de teatro. Azaza era o diretor).
Azaza é apelido de família, dado por sua irmã. Prestes a completar 60 anos, ele não se cansa de inventar arte (no sentido literal mesmo), seu projeto do momento é uma novela... SIM, UMA NOVELA! Produzida e gravada aqui, na nossa cidade e com proposta para ser exibida na TV Kirimurê. Imagina só uma novela feita aqui, com nossas paisagens e nossa cara... vai dar mais audiência que o caso de Odete Roitman...
As dificuldades de produção são incontáveis, mas a vontade das mais de 40 pessoas envolvidas no projeto é maior. Fazem vaquinhas, rifas, almoço beneficente... (Atenção Empresários!!! Anunciem sua marca na novela!) Mesmo assim já estão gravando a meses e com grande parte do projeto pronto. Essa ousadia sempre permeou a vida de Azaza, não é a toa que sua casa serve como estúdio musical de uma banda, estúdio de edição de vídeo, espaço para ensaio e gravação, sem falar que sua sala é um memorial da boas lembranças. Devoto de Santo Antonio, fez um altar para o santo na sala da sua casa, onde todo 13 de junho o povo se junta para a novena. Eu já disse pra ele que aquela casa é um Ponto de Cultura, só falta oficializar.
Azaza escreve com a mesma facilidade que cozinha os melhores pratos, seus textos são saborosamente divertidos (mesmo quando fala sério). O espetáculo Zefa e Concinha, onde o ator Jorge Santana atua ao seu lado, é uma comédia escrachada que incendiou o público durante a Mostra de Teatro 2017, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de Simões Filho. Outros sucessos como “Confusão no Caldeirão”, “O Coronel e a Urna eletrônica” e “Ser ou Não Ser” e a encenação da “Paixão de Cristo”, marcaram época em nossa cidade e em tantas outras.
Tive a felicidade de conhecer esse amigo e nesses vinte e tantos anos nosso respeito mutuo e amizade só aumentam, é referencia pra mim e para muitos. Mesmo quando estamos em lados opostos no campo da política, nada me impede de fazer uma visita, dá um abraço no negão e dizer no alto da minha galhofada: -da galinha, só como As asas.
Ailton Silvaiguerra
Poeta, Agente cultural, produtor de eventos, aluno do curso Processos Gerenciais com complementação de estudos em planejamento e organização de eventos pela FAEL e atualmente trabalha como Coordenador na Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Simões Filho.
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