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Reportagem do jornal O Globo mostrou que o governo propôs gastar, em 2018, R$ 888 milhões com o fundo que sustenta os partidos.
De 2015 para cá, governo e Congresso viviam uma queda de braço sobre o fundo partidário.
O governo previa um valor no orçamento e o Congresso praticamente triplicava o dinheiro, depois de superestimar a arrecadação para o ano. Foi assim em 2017, quando a equipe econômica colocou R$ 309 milhões para o fundo partidário e o Congresso aumentou para R$ 819 milhões. Em 2018, o governo Temer resolveu fazer um agrado aos parlamentares, mesmo com o aperto nas contas.
Aumentou a previsão do fundo partidário em 8,5%, R$ 888 milhões, quando a inflação no período não chegou a 3%. São R$ 45 milhões acima do permitido pelo teto de gastos, o que significa que o governo teve que tirar esse dinheiro de outras áreas.
Tamanha boa vontade com o fundo partidário não foi vista em áreas essenciais.
O fundo de segurança pública, usado para comprar equipamentos e treinar policiais, teve o orçamento para 2018 reduzido para 1/3; de R$ 506,3 milhões para R$ 170,4 milhões.
O DNIT, que cuida de obras nas estradas, terá para gastar menos da metade do dinheiro previsto para 2017; de R$ 9,7 bilhões para R$ 4,8 bilhões. O dinheiro do fundo partidário é quase igual à toda verba destinada à Controladoria-Geral da União, que combate a corrupção, e quase o dobro do orçamento do Ministério do Esporte.
Defensores do aumento do fundo partidário dizem que ele é necessário, porque não há mais tempo para aprovar o financiamento público de campanhas nem a doação de empresas.
“Nós estamos num beco sem saída, numa saia justa, porque nem bem vamos ter as doações empresariais, que financiavam 90% das despesas, e o Congresso não aprovará o novo fundo eleitoral. Esse será o desafio. A única fonte de financiamento serão as pessoas físicas e não há tradição cultural no Brasil. Os partidos vão ter que se empenhar, mobilizar as pessoas para sustentarem as campanhas políticas”, diz o deputado Marcus Pestana (PSDB/MG)
O vice-líder do Psol disse que o governo não leva em consideração a crise que o país vive. “Tem que compatibilizar o reajuste dos recursos do fundo num ano eleitoral, que sempre aconteceu, temos que reconhecer isso, com o tipo de campanha que está se pretendendo fazer. E precisa de fato estar sintonizado com a realidade brasileira”, afirma Chico Alencar.
Fonte: G1/Jornal Nacional

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