Por: Reginaldo Dias em 18.04.2020




question mark - Shooting Star Amusements
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Hoje acordei com vontade de gritar, quem sabe para mais 200 milhões de almas brasileiras. Mas, fiquei sem gritar.... Acomodado. Estou em casa obedecendo a quarentena recomendada pelo Ministério da Saúde, porém outras autoridades divergem dessa quarentena, a ponto de querer autorizar via decreto a liberação de diversos setores da economia, a bem da verdade alguns pontos comerciais estão funcionando de forma regular, a exemplo de padaria, supermercado, farmácia... 


O pouco que pode observar no meu bairro, mais mensagens dos meus amigos virtuais, vejo que muitos estão indiferentes ao Corona vírus, até por que a divergências de pensamentos e comportamentos de autoridades pelo Brasil e expostas em meios de comunicações. Não coloco que apenas essas atitudes dos nossos governantes são responsáveis pelos comportamentos dos indiferentes a pandemia. Onildo |Reis na sua tese Inimigo Invisível A EPIDEMIA DO COLERA NA BAHIA EM 1855-56/93 chama a atenção para comportamento muito semelhante tanto das autoridades assim como dos cidadãos. 



Mas estou sim indignado com as atitudes das autoridades políticas do meu País. Um pede para liberar, outros não. Pressão de todos os lados. Fico sim observar como alguns setores da economia ficam periféricos aos acontecimentos no nosso Brasil, em especial esse mais recente o Corona vírus. Cadê A FEBRABAN, CNI, CNA... Se posicionarem como dariam sua colaboração para aliviar as tensões que com certeza terá no tecido social brasileiro. Exatamente os setores que mais lucram... 


A nós trabalhadores sejam da iniciativa privada ou pública estão pedindo ou impondo a nossa colaboração, com redução de salário e direitos e contrapartida dos patrões? 


Nossa indignação deveria estar agora exposta aos políticos, empresários, autoridades de um modo geral, e sim também a nós mesmos pelo nosso comportamento como cidadão, mas estamos como diz o Hino Nacional “deitado em Berço Esplendido”. Por que busco essas provocações: Pagamos impostos comparado a países de primeiro mundo, e recebemos de volta serviços de terceiro mundo ou pior. Lembro a quem ainda não percebe, que todos nós brasileiros pagamos impostos em tudo que compramos, e o mínimo que esperamos são retornos de serviços a contento. O Corona vírus nos expõem a realidade de como estamos frágeis a enfrentar essa pandemia. É justo se gastar bilhões para realizações de Copa do Mundo, olimpíadas, e agora percebemos que nossos postos de saúde, hospitais, escolas, assim como outros serviços oferecidos pelos governos sejam eles municipais, estaduais ou Federal andam em frangalhos, com raríssimas exceções. Olha não sou contra a eventos esportivos no nosso País, mas deveríamos agora exigir que os espaços que nos atendem tivessem padrão FIFA. 


“Quando essa onda passar eu te levo...” Assim diz o brilhante Martinho da Vila, mas aqui quero te levar a refletir como podemos fazer um novo Brasil. Um País que dialogue com a ciência, invista na educação, segurança, saúde. Que sejamos mais intolerantes com recursos escassos das nossas necessidades sociais. Que não aceitemos roubos dos nossos impostos, o nome mais adequado para os saqueadores do dinheiro público seria delinquente de alta periculosidade.



REGINALDO DIAS;
Historiador baiano nascido em Simões Filho. Formado pela Universidade Jorge Amado, Pós Graduação - História Social e Política do Brasil.

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