Seleção Draft - Desapegue do poder









Seleção Draft - Desapegue do poder



A filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt pontua que o“... poder implica necessariamente a existência de duas ou mais pessoas, ou seja, o poder é sempre relacional. ” O poder em sua essência da palavra é atrativo, acredita-se que muitos almejam, porém poucos estarão à frente dele. Exercer o poder, religioso e principalmente o político, requer daquele que esteja imbuído de exercê-lo o mínimo de senso de responsabilidade, pois suas atitudes podem gerar consequências no meio social muito rápido, um exemplo foi a fala do presidente dos Estados Unidos recomendando que a população injetasse desinfetante para ajudar no combate a Coronavírus. 



A personificação do poder pelo mundo é algo muito comum, exemplos não faltam – Mussolini na Itália, Saddam Hussein no Iraque, Margaret Hilda Thatcher na Inglaterra, esses exemplos citados mostram como essas lideranças políticas são lembradas quando citamos seus países, não se nega que eles tiveram a frente de suas nações, mas chamo a atenção como o nome deles são lembrados em detrimento as instituições que organizam e moldura administração do estado dos países citados. Arrisco-me a dizer que tempos atuais os Estados Unidos tem um presidente com características semelhantes à personificação do poder 



O Brasil, nem de longe, foge dessa regra; possivelmente Vargas represente melhor essa personificação de passagem pelo poder. Nos dias de hoje, o Brasil ainda se vê com figuras que passaram ou estão no poder e que seus nomes têm forte teor no tecido social sendo muito mais lembrado e apoiado do que as instituições, Lula, Jair Bolsonaro.... Outro espaço de representatividade é o poder judiciário onde Rui Barbosa é sempre lembrado quando falamos de justiça no Brasil, Sergio Moro também nos dias atuais sempre apontado como figura que representa a lei. 



É bom refletir o quanto é importante as instituições, a constituição, pois os personagens passam e as estruturas de manutenção do Estado permanece, e assim outros terão que continuar o administrando. Acredito que talvez faça parte da nossa cultura de sempre estarmos atrás de um Salvador da Pátria, e com isso apostamos e defendermos mais as pessoas do que as instituições. 



As Religiões também se veem nesse dilema da personificação, Jesus Cristo simboliza a fé cristã, Maomé para o Islamismo, Buda para o budismo, Orixás para povo do axé... Porém é bom ressaltar que nesse espaço a personificação para os fiéis é bem-vinda e a discordância desse comportamento é nula. 

REGINALDO DIAS;
Historiador baiano nascido em Simões Filho. Formado pela Universidade Jorge Amado, Pós Graduação - História Social e Política do Brasil.

Poste um comentário