Dia Nacional do Forró celebra raiz do gênero que une sanfona ...

Acordeon - Restauração, Afinação, Foles e Manutenção.

“Olha pro céu meu amor – veja como ele estar lindo” composição de Luiz Gonzaga e imortalizada por ele mesmo, retrata uma das maiores festa do Nordeste brasileiro, e com certeza já podemos afirmar que os festejos juninos embrenham-se em dimensão nacional. As comidas típicas, fogueira acesa na porta, fogos, licores, quadrilhas, cidades enfeitadas, tudo isso nos leva aos encantos e magia dessa festa e comemorar São João e São Pedro. 



Por Reginaldo Dias 

Cantores reverenciados e aplaudidos nas suas apresentações, muitos choram quando uma composição faz lembrar algo marcante do seu passado ou presente. Por trás dos interprestes existem milhares de compositores, poetas, muitos conhecidos, outros nem tanto, mas nem sempre anunciados nas apresentações das suas composições. “Eu não preciso de você- o mundo é grande e o destino me espera-Não é você que vai me dar na primavera as cores lindas que sonhei no meu verão” essa música na voz de Flavio José, mas seu compositor é Petrucio Amorim, e nome dessa música era Meu Munguzá”. “Sou um caboclo sonhador, meu senhor, viu? - Não queira mudar meu verso - Se é assim não tem conversa - Meu regresso para o brejo - Diminui a minha reza” o título dessa música é Caboclo Sonhador, e essa composição pertence ao poeta Maciel Melo. 

“Todo brasileiro se amarra na folia - Pois o Brasil foi batizado na Bahia... Sou a Bahia do acarajé -Do afoxé, do candomblé - Da vibração atrás do trio -Cada palavra de um livro de Jorge Amado -Eu sou um xote regueado de Gilberto Gil - Sou capoeira jogada no Pelourinho” o título dessa obra prima é Bahia Forró e Folia, a composição na voz de Adelmário Coelho retratando os encantos e belezas da Bahia pertence ao poeta Flavio Leandro, vale salientar que ele não é Baiano. Nessa linha de retratar um espaço menciono a composição de Ton Oliveira que Chama Joia Rara, uma demonstração de amor a Paraíba “Aqui o sol nasce primeiro - E tão desinibido - E a lua exibe um estrelato - Com tanta beleza - Que até o algodão se empolga - E já vem colorido - Exibições inexplicáveis - Da mãe natureza” mais adiante o compositor expõe seu puro sentimento de ser do Estado da Paraíba “Que bom estar no ponto mais oriental - Astrologicamente ser um ariano - Rimar como um augusto tão angelical 

Eu sou muito feliz, eu sou paraibano “ essa música foi reconhecida como patrimônio imaterial da Paraíba. Paulinha Oliveira, cantora e compositora da cidade de Cruz das Almas nos presenteia com Xote do Amor, chora meu Bem, entre outras composições. Targino Gondim / Manuca Almeida / Raimundo do Acordeon nos presentearam algum tempo atrás, com uma composição que foi tema de filme Eu, Tu e Eles de 2000, e interpretada por Targino Gondim Esperando na Janela “Por isso eu vou na casa dela, ai, ai - Falar do meu amor pra ela, vai - Tá me esperando na janela, ai, ai - Não sei se vou me segurar”. 

O que falar da dupla Antônio Barros e Cecéu, onde diversos sucessos foram gravados por vários intérpretes, outros a serem lembrados in memoriam é o poeta Zé Marcolino, Accioly Neto, Patativa do Assaré, o apelido de Patativa surgiu porque muitos a comparavam suas expressões poéticas a beleza do canto dessa ave nativa da região do Araripe. Alcymar Monteiro sempre se apresentando de branco, elegante, voz imponente, se soma a essa imensa turma dos grandes compositores da música popular brasileira. A importância dos poetas e compositores da região nordestina para o engrandecimento da força da música nacional é imensurável. O Rei do Baião se funde aos grandes nomes da música popular brasileira; os estudiosos da cultura brasileira nos chamam atenção para acontecimentos que revolucionaram nossa música, como o surgimento da Bossa Nova, a Tropicália, e nesse cenário de contribuições que Luiz Gonzaga se insere com seu Baião. 

Não foi minha pretensão, e nem era possível falar da elasticidade de compositores e poetas do nosso imenso Nordeste, apenas mais uma vez falar de alguns desses profissionais que muitas vezes são esquecidos de serem mencionados durante os shows. Eles (poetas e compositores) deixaram e continuam deixando verdadeiras “JOIS RARAS” a exemplo: Asa Branca, Filho do Dono, Nordestino sim, Nordestinado não, entre tantas outras. É preciso buscar mecanismos de mencionar os compositores das obras durante suas exposições.




REGINALDO DIAS
Formado em História na Universidade Jorge Amado
Pós Graduação - História Social Política e Econômica do Brasil

Poste um comentário