Domínio das profissões nas eleições no executivo

Por: Reginaldo Dias

A democracia se faz em grande parte pela vontade das urnas, o Presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln (1809 – 1865) assim afirmou que “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo. ” Mas é preciso nos atentarmos a outros valores que devem pautar dentro de um Estado Democrático, e que em muitas vezes é colocado de lado. Robert Dahl nos sinaliza alguns aspectos presentes numa democracia: ” Respeito às minorias e busca pela equidade; Liberdade de expressão; Direito de voto; Elegibilidade para cargos públicos; Direito de líderes políticos disputarem apoio e, consequentemente, conquistarem votos; Garantia de acesso a fontes alternativas de informação; Eleições livres, frequentes e idôneas”. As pontuações de Dahl quanto às características que devem ser observadas num Estado Democrático De Direito são validas e ajudam aos organismos internacionais a cobrarem dos governantes as suas condutas durante o período que se encontram como inquilino do poder. 

A democracia nos leva constantemente a contato com as urnas, a cada eleição é possível perceber como fatores: profissionais, sociais e econômicos, dominam os resultados das urnas, além disso não podemos esquecer da impulsão que os profissionais do "marketing" dão as candidaturas, muitas vezes sem crédito de popularidade diante dos eleitores. 

Das eleições presidenciais da República do Brasil até os dias atuais, a formação acadêmica que mais elegeu foi a de Direito, com mais de 20 eleitos, o último presidente a estar no poder com formação acadêmica no direito foi Michel Temer, mas outras profissões também elegeram representantes, exemplos como o do Floriano Peixoto, Presidente do Brasil, teve formação em Ciências Físicas e Matemáticas, Rodrigues Alves formado em Letras, 14 Presidentes com formação militar, dois com formação econômica Fernando Collor e Dilma Rousseff, Itamar Franco Engenharia Civil Eletrotécnica, Fernando Henrique Cardoso Sociólogo, Lula sem formação acadêmica, Metalúrgico e sindicalista, já o atual Presidente da República Jair Bolsonaro além de formação Militar, também é formado em Educação Física . 

No âmbito estadual pelo Brasil, mais o Distrito Federal temos uma diversidade de formações profissionais dos governantes que estão à frente da máquina governamental nos dias atuais, temos sete governadores com formação em Direito, 5 têm formação na área de engenharia, três com formação econômica, um Médico, um Jornalista, dois são administradores, uma Pedagoga, um Bancário, um Agropecuarista, cinco são da área empresarial, dois militares. Houve casos em que o governador tem mais de uma formação acadêmica, por isso eles foram adicionados nas duas formações acadêmicas. 

Nas capitais dos estados percebemos que os advogados também dominam, mas há uma gama maior de outras profissões nas eleições, dos prefeitos eleitos e que se encontram no cargo, podemos perceber que sete deles têm formação em Direito, e dois têm formação em Direito e Administração, dois economistas, um Engenheiro, uma Turismóloga, um servidor público, uma Fonoaudióloga, um Farmacêutico, uma Pedagoga, um Professor, dois Políticos, um Jornalista, um empresário e três Médicos. 

Os eleitos para cargos executivos no Brasil percebemos uma predominância dos formados em direito, porém observamos que outras áreas acadêmicas também elegem representantes políticos, além disso nas casas legislativas temos uma gama de outras profissões presentes, além disso vemos bancada religiosa, bancada das armas, bancada agrícola, vários representes do seguimento industrial entre outras representações. A representatividade de outras profissões tem mais chances de serem eleitas em detrimento do executivo. A formação acadêmica de um modo geral vem elegendo um número maior de representantes para cargo nas esferas dos Poderes Executivos, o presidente Lula é uma exceção, pois ele não tinha formação acadêmica, mesmo assim foi eleito presidente da República do Brasil. Estamos passando por novas formas de contatos pessoais, marketing, divulgação de notícias... A tudo isso devemos ao avanço das chamadas “tecnologias de ponta” que são os computadores, notebook, smartphone entre outros que nos proporcionam acesso às redes sociais; o Presidente Jair Bolsonaro podemos dizer que foi um dos primeiros políticos como Presidente a usar esse espaço inclusive para divulgar ações de seu governo. Outro ponto a se destacar nas redes sociais são os chamados influenciadores digitais, porém, acredito que ainda é cedo para afirmamos que esses influenciadores terão carreira política na mesma proporção dos advogados. A fake News é um ponto negativo desses espaços virtuais, onde as autoridades brasileiras estão buscando alguma forma de regular. 

Reflexão: QUEM NÃO GOSTA DE DE POLÍTICA É GOVERNADO POR QUEM GOSTA, POR ISSO NÃO SE AFASTE DELA.

REGINALDO DIAS

Formado em História na Universidade Jorge Amado

Pós-Graduação - História Social Política e Econômica do Brasil

JULHO DE 2020