Por Redação O Kotidiano
Simões Filho, BA – 25 de junho de 2025
Nesta terça-feira (25), o município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, voltou a ser o centro do poder estadual, conforme determina a Lei Estadual nº 10.695/07, que transfere simbolicamente a sede do governo da Bahia para a cidade em reconhecimento ao seu papel fundamental nas lutas pela Independência do Brasil na Bahia.
A data marca o início da revolta popular em 25 de junho de 1822, quando os moradores de Cachoeira, diante da resistência portuguesa à emancipação brasileira, romperam com as autoridades lusitanas e deram início ao movimento armado que culminaria na expulsão definitiva das tropas portuguesas em 2 de julho de 1823. Por isso, a cidade é celebrada como um dos berços da liberdade baiana.
O governador Jerônimo Rodrigues participou da cerimônia solene realizada na Câmara Municipal, acompanhado por secretários de Estado, representantes dos poderes Legislativo e Judiciário, além de autoridades militares e eclesiásticas. O evento reforça não apenas o valor simbólico de Cachoeira, mas também o reconhecimento histórico de um povo que ousou resistir, tomar partido pela emancipação e lutar por um Brasil livre do domínio colonial.
Coração do Recôncavo, alma da liberdade
Cachoeira, com seu casario colonial às margens do Rio Paraguaçu, tem o status de Patrimônio Nacional e foi palco de alguns dos principais enfrentamentos entre brasileiros e tropas portuguesas durante o processo de independência. Seus filhos e filhas pegaram em armas, formaram batalhões e organizaram milícias populares que atuaram decisivamente em confrontos como o do Recôncavo e da Batalha de Pirajá.
Mas a luta pela independência baiana foi um esforço coletivo. Diversas cidades do Recôncavo e da Região Metropolitana de Salvador foram protagonistas nesse processo histórico, como Santo Amaro, São Félix, Saubara,Santo Amaro, Francisco do Conde, Candeias, Salvador e Simões Filho — esta última, estratégica por servir de ponto de aquartelamento das tropas do general Labatut antes do combate em Pirajá.
Os festejos do 2 de Julho, hoje patrimônio imaterial do Brasil, celebram essa união do povo baiano em torno da liberdade. Mulheres, negros libertos, indígenas, camponeses e comerciantes se organizaram como puderam para enfrentar o poder militar português, numa verdadeira guerra popular pela independência.
Vitória do povo
A transferência simbólica do governo para Cachoeira, a cada 25 de junho, é mais do que uma formalidade: é uma reafirmação do papel do povo como protagonista da história. Ao reconhecer o valor de cidades como Cachoeira, a Bahia lembra que a Independência do Brasil começou muito antes de 7 de Setembro e teve seu capítulo mais decisivo nas trincheiras do Recôncavo.
A cada ano, o 2 de Julho se renova como símbolo da vitória popular. É um lembrete de que, quando o povo se une por um propósito comum, ele se torna o verdadeiro centro do poder soberano.
Viva Cachoeira. Viva o Recôncavo. Viva o 2 de Julho. Viva o povo baiano!
Postar um comentário