Era um fim de tarde comum. O sol se despedia pintando o céu de tons alaranjados, e, ao redor da mesa, uma família se reunia para a refeição. Não havia luxo, não havia fartura exagerada, mas havia algo que nem sempre se encontra nas casas: presença.

Entre risos de crianças, conversas atravessadas e até pequenas discussões sobre quem iria lavar a louça, podia-se perceber que ali havia um laço que não se comprava em lugar algum. A cada palavra, a cada gesto, estava escondida uma verdade simples: Deus ama a família.

Amar a família não significa que tudo será perfeito. Pelo contrário: a família é o lugar onde se aprendem as lições mais difíceis — a paciência, o perdão, a solidariedade. É o espaço onde as imperfeições de cada um encontram acolhimento, onde erros são corrigidos com amor e não com condenação.

Deus ama a família porque é nela que Ele semeia valores eternos. Quando um pai orienta seu filho, quando uma mãe ora em silêncio, quando irmãos dividem não apenas o pão, mas também os sonhos e os medos, o divino se faz presente.

É verdade que nem todas as famílias seguem o mesmo modelo, nem todas estão completas, nem todas vivem em harmonia. Mas em cada lar onde há amor, respeito e cuidado mútuo, Deus estende suas mãos. Ele nos lembra que família é mais do que laços de sangue: é laço de coração.

Ao final daquela refeição simples, alguém agradeceu em voz baixa: “Senhor, obrigado pela minha família.” Talvez fosse uma frase corriqueira, mas era suficiente para traduzir o que tantas vezes esquecemos: o maior presente não é o que se compra, mas o que se vive juntos.



Porque, afinal, se Deus ama a família, é para que ela seja sempre reflexo do Seu próprio amor — imperfeito aos olhos humanos, mas infinito em essência.

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